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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ganhando Prestigio

A minha ida para o Rio Palace, alem de outras vantagens,  acabou me colocando em grande evidencia no mundo hoteleiro carioca e possibilitou que eu viesse a ocupar posicoes importantes nas associacoes de classe.  O mais importante dessas associacoes foi a AHT – Associação de Hotéis de Turismo, entidade que reunia todos os hotéis cinco estrelas da cidade, e alguns de quatro estrelas.  As reuniões dessa associação aconteciam mensalmente e reuniam a nata da hotelaria carioca onde se misturavam nomes tradicionais da hotelaria carioca como Álvaro Bezerra de Mello do grupo Othon, José Eduardo Guinle do Copacabana Palace, Eduardo Tapajos do Hotel Gloria, Ângelo Vivacqua e Francisco Grabowsky do grupo Luxor, Carlos Borges do grupo Frade, entre outros, com os diversos Gerentes Gerais estrangeiros que comandavam as cadeias multinacionais que haviam se estabelecida na cidade.  Era uma época muito profecia em conquistas para a hotelaria, e a participação nas reuniões da AHT foi muito enriquecedor para todos aqueles que participavam.  Mais tarde, já na década de ’90, tive a honra de presidir a associação durante uns quatro anos.  Outra entidade importante em que tive uma participação ativa foi o Rio Convention & Visitors Bureau.  A entidade foi fundada em 1984 e congregava todos os segmentos do chamado “trade” turístico, que inclui hotéis, companhias aéreas, operadores de turismo, agentes de viagens, organizadores de congressos, transportadores terrestres, restaurantes, joalherias, shopping centers, alem das entidades oficias de turismo como Embratur, Turisrio, e Riotur.  Inicialmente, já em 1984, fui eleito como representante da hotelaria no conselho curador da entidade, e anos mais tarde passei a ocupar primeiro a vice-presidência e depois a presidência da entidade, durante três mandatos seguidos, ate 2006.

O Rio Palace era também associado ao “The Leading Hotels of the World”, uma entidade de marketing que reunia os melhores hotéis do mundo.  Como representante do hotel, eu participava todos os anos da convenção anual  da Leading, alem de outros eventos promocionais que eles organizavam.  Na convenção anual de 1985, realizado em Nova York, foi decidido realizar a próxima convenção no Brasil,  sendo parte dela realizado em São Paulo, e a outra parte no Rio de Janeiro.  A comissão organizadora da Convenção era formada por Roberto Maksoud, representando o Maksoud Plaza, Chieko Aoki, representando os Caesar Park do Rio e São Paulo. Michael Parry, representante no Brasil da Leading, e eu, representando o Rio Palace.  Trabalhamos arduamente por quase um ano nos preparativos do evento  mas o resultado foi muito compensador, pois a convencao foi um grande sucesso e todos os participantes consideraram o evento como tendo sido o melhor de todos os tempos.  O encerramento  foi num jantar de gala no Rio Palace, seguida por uma apresentação da cantora Beth Carvalho, e um show de Carnaval comandado por Haroldo Costa.  O fato de ter participado na organização da  convencao  serviu  para aumentar muito meu “profile” dentro da Leading, e ampliar meu rede de contatos dentro da organização como, alias, também aconteceu com Roberto e Chieko. A partir de então  passamos a ser recebidos “com tapete vermelho” em todos os eventos da Leading que participássemos. Para completar, logo depois do evento  fui convidado a integrar o “International Marketing Committee” da entidade e isso aumentava ainda mais meu prestigio dentro da  organização.

domingo, 18 de setembro de 2011

Chegando no Rio Palace

A minha ida para o Rio Palace em 1983 representou um grande avanço na minha carreira e sem duvida me colocou imediatamente no “primeiro time” da hotelaria brasileira.  O hotel pertencia ao grupo Veplan, muito conhecido na época, e havia sido construído com muito luxo e requinte (por um custo de aproximadamente US$120 milhões em dinheiro de hoje) como o intuito de ser um dos melhores e renomados hotéis do pais.  O hotel havia sido inaugurado no final de 1979, e logo se tornou muito conhecido por ser o local em que Frank Sinatra se apresentou quando veio para Brasil no começo de 1980. O primeiro Gerente Geral do Hotel foi um austríaco, Hans Oppacher, que havia trabalhado no Sheraton.  Era um grande hoteleiro, com grande conhecimento das áreas operacionais do hotel, mas extremamente exigente e disciplinador.  Apesar disso, os resultados financeiros do hotel não eram bons e em 1981 o José Carlos Ourivio nomeou o jornalista e homem de marketing, Sérgio Rego Monteiro como Diretor Geral, com o intuito de melhorar o desempenho comercial do hotel.  O Sérgio então assumiu a direcao do hotel e foi responsável por uma serie de mudanças e inovacoes na área de vendas e marketing,  e no final de 1982 contratou um novo  gerente-geral, Álvaro Rodrigues,  para tocar o dia a dia do hotel, com Sérgio permanecendo como Diretor Geral do Hotel. O novo gerente geral era da Colômbia, e vinha da cadeia do Intercontinental na Republica Dominicana. Simpático, e agregador, o Álvaro era especializado na área de vendas e marketing, e e difícil imaginar um contraste maior entre o estilo de gestão linha dura e quase ditatorial  do Hans Oppacher e a politica de "laissez-faire" do Álvaro Rodrigues.  De qualquer forma, logo depois da vinda do Álvaro, o Sérgio Rego Monteiro deixou o grupo Veplan para assumir a Superintendencia do Jornal do Brasil, e o próprio Álvaro decidiu retornar para o grupo Intercontinental antes de completar um ano no cargo.  Do  total de dez meses que Álvaro permaneceu no cargo,  certamente 50% desse tempo foi gasto com viagens comerciais para o exterior.  Quando cheguei no Rio Palace  encontrei uma estrutura de organização muito diferente de que eu estava habituado, e nao demorou muito para eu perceber que teria que fazer alteracoes, tanto na estrutura organizacional, como também no quadro gerencial.  O hotel era grande e complexo – alem dos 415 apartamentos, havia dois restaurantes, um deles o Pré-Catelan, ainda com contrato com Gaston Lenotre, grandes áreas para eventos, e ainda tinha o Club Castel, que funcionava como um clube prive.  Tinha ao todo mais de 750 funcionários.  Aos poucos, fui fazendo as mudanças que eu achava necessárias.  Mudei o organograma do hotel para um modelo hoteleiro tradicional e trouxe dois ou três profissionais da minha confianca que haviam trabalhado comigo em outros hotéis, e afastei alguns gerentes que nao se enquadravam no perfil necessário.  Com isso fui formando uma equipe coesa, comprometida com os resultados, e motivada.  Depois de uns seis meses, os resultados estavam começando a aparecer, e um dia Ourivio me chamou ao seu escritório no centro e me disse “Estou nomeando você diretor estatuário  da Veplan Hotéis e Turismo”, e completou , “e a partir de agora você desfrutara de todos os benefícios e privilegios como os demais diretores do grupo, e nenhum outro diretor do grupo terá qualquer ingerência nos assuntos do Rio Palace”  Se teve momentos decisivos na minha carreira, isso foi sem duvida um deles.  A partir daquele momento passei a ter uma grande autonomia  na condução nos negócios do hotel, me reportando apenas para José Carlos Ourivio.  Como sempre, a sorte também me ajudava, pois a partir de 1984 o mercado hoteleiro carioca começou a melhorar, e consequentemente os resultados financeiros do Rio Palace também.