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domingo, 13 de novembro de 2011

Expandindo o Grupo

O sucesso do Rio Palace na década de ’80 abriu o apetite do grupo Veplan para expandir suas atividades na área de hotelaria.  Como faltava recursos financeiras próprias, ou linhas de financiamento que viabilizava  a construção ou aquisição de novos hotéis, a única maneira de crescer era  através de contratos de “management”, ou então de arrendamento de hotéis.  Logo surgiu uma oportunidade para o arrendamento de um hotel na praia de Boa Viagem, em Recife, e em Outubro de 1985 foi inaugurado o Recife Palace, um hotel de 315 apartamentos, que logo se estabeleceu como o melhor hotel da cidade.  O Recife Palace não tinha o mesmo luxo e requinte de contrucao quanto ao Rio Palace, mas, graças a uma administração primorosa do seu Gerente Geral,  Fernando Chabert, foi possível montar uma equipe de grande competência que conseguiu alcançar um grau de qualidade no atendimento, e no gestão,  ate então desconhecido na região.  Com isso o hotel logo alcançou bons resultados financeiros, tanto para seus proprietarios, como para o grupo Veplan.  

Outra tentativa de expansão, mas desta vez com resultados decepcionantes, foi a experiência de administrar um apart-hotel na Av. Sernambetiba na Barra da Tijuca.  Competia a Veplan administrar todo o condomínio e ainda comercializar o “pool” de hospedagem.  Fora isso,  foi montado um restaurante de qualidade, e um coffee shop para refeicoes ligeiras. Novamente, foi montado uma boa equipe gerencial, e tentou introduzir uma qualidade de serviço compatível com o que existia no Rio Palace e no Recife Palace.  Alem disso,  todo o “know-how” do grupo foi posto a disposição para comercializar o hotel no exterior.  Não demorou muito entretanto para percebermos que os conflitos de interesse entre os proprietarios das unidades do apart-hotel  eram totalmente inconciliáveis.  O empreendimento dispunha de 270 apartamentos, mas apenas 60 desses estavam no “pool”  hoteleiro, administrado pela Veplan.  Os demais apartamentos eram usados pelos proprietarios, ou como residência, ou para alugar diretamente para terceiros.  Ainda havia um “pool” paralelo, administrado por um corretor de imóveis, que oferecia gordas propinas para os recepcionistas indicar clientes, entre outras irregularidades.  Para a maioria dos moradores, o que interessava era reduzir o valor do condomínio, portanto empregar recepcionistas bilingues, serviço de concierge, e mensageiros eram  serviços desnecessários.  Já os proprietarios dos apartamentos que estavam dentro do “pool” hoteleiro reclamava do lucro do empreendimento, pois os corretores na hora da venda haviam prometidos mundos e fundos como provável lucro do empreendimento, incluindo remuneração em dólares.  As discussões e brigas que se sucediam nas reuniões do condomínio eram intermináveis.  A Veplan tinha um contrato para administrar o empreendimento  por dois anos, com direito de renovar por igual período,  mas foi com grande alivio que quando terminou o prazo inicial de dois anos,  declinamos do direito da renovação.

Uma outra tentativa de expandir o grupo surgiu quando José Carlos Ourivio desenvolveu um plano para construir um hotel na ilha de Fernando de Noronha.  O plano da Veplan era de construir um hotel de 400 apartamentos na ilha, o que obviamente seria grande demais para a limitada infraestrutura da ilha, mas o plano acabou não dando certo, por uma seria de razoes.  Mesmo assim, a tentativa pelo menos possibiltou que eu visitasse a bela ilha.  Na época, uma das poucas opcoes de hospedagem na ilha era numa espécie de Pensão, de péssima qualidade,  instalada nas dependências deixadas pela Forca Aérea americana que utilizou a ilha como uma base aérea durante a Segunda Guerra mundial.  Outra tentativa de expansão, que também não foi bem sucedido, resultou numa viagem com Ourivio para Corumba, e o pantanal mato-grossense.  Um empresário e politico local, conhecido do Ourivio, havia iniciado a construção de um hotel em Corumba, e queria que a Veplan entrasse no negocio.  Para tentar convencer-nos da viabilidade do empreendimento, o empresário nos levou para conhecer um aeroporto “Internacional”, localizado em Puerto Suárez na Bolívia, mas apenas há 20 kilometros de Corumba, onde ele alegava que podia pousar ate um Boeing 747, cheio de turistas.  A ida para Puerta Suárez foi uma aventura e tanto, já que eu estava sem meu  passaporte, mas como viajávamos num carro de “chapa branca”, foi me  assegurado que isto não seria um problema, como de fato não foi.  Chegando na fronteira, avistamos cenas caóticas e uma desorganizacao total, mas assim que o oficial boliviano que comandava o que parecia ser um grupo de recrutas do exercito boliviano avistou a chapa branca no nosso carro, bateu  continência, e mandou nosso carro passar.  Passamos pela localidade de Puerta Suárez, que não passava de um vilarejo pobre, com poucas ruas, nenhuma delas asfaltada.  Chegando ao aeroporto, encontramos o terminal totalmente deserto, parecendo ser abandonando.  Daqui um pouco apareceu um espécie de zelador, que informou que o único voo do dia, para Santa Cruz de la Sierra, era as 5 horas da tarde, e como ainda era 10 horas da manha, era normal que o aeroporto estivesse vazio.  Perguntei qual era o maior aeronave que utilizava o aeroporto,mas não tive nenhuma resposta convincente.  Retornamos para Corumba, passando mais uma vez pela caótica fronteira.  Felizmente, o negocio com o empresário local não seguiu adiante.

                                                                                                        




                                                                                                        


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