Após a conclusão da primeira etapa das obras de reforma, no final de
1996, o Copacabana Palace passou novamente a ter todos seus apartamentos disponíveis
para alugar, o que não havia acontecido desde o inicio de 1994. Embora todos os apartamentos do hotel haviam
sidos objetos de algumas melhorias, apenas 30% do total dos apartamentos
atendiam a um padrão considerado de luxo de acordo com os próprios padrões do grupo
Orient-Express. Isso não deixava de ser um resultado decepcionante,
considerando que o hotel já pertencia há sete anos ao grupo Orient-Express,
mas, as limitações financeiras do grupo de um lado, e a falta de confiança na
viabilidade financeira futura do hotel por outro lado - compreensível após amargurar
sete anos de prejuízos operacionais - foram os responsáveis por esta
situação. Contribuiu também a imagem de
insegurança que a cidade do Rio de Janeiro desfrutava tanto no mercado nacional
como internacional, e a consequente diminuição de turismo de lazer, o carro
chefe tanto do grupo Orient-Express como da cidade do Rio de Janeiro. Em 1996, o Copacabana Palace representava uma pesada ônus para o grupo Orient-Express e não faltava quem achasse que a melhor solução seria vendê-lo na primeira oportunidade.
Por sorte, a conclusão das
obras do hotel coincidiu com uma melhora repentina e inesperada na demanda de
hospedagem no Rio de Janeiro, após vários anos de maus resultados na hotelaria
carioca, e isso permitiu um crescimento expressivo na taxa de ocupação do
hotel, com reflexo imediato nos resultados financeiros. Este aumento de demanda foi movido quase
inteiramente pelo crescimento do mercado corporativo internacional – e mais
especificamente, pelos grandes Bancos de Investimento - atraídos pelo sucesso
do Plano Real, e do programa de privatizações do Governo do Fernando Henrique
Cardoso. Este aumento de demanda no
mercado corporativo durou até o ano de 2001 e permitiu que o hotel apresentasse
resultados cada vez melhores, pois não apenas os jovens financistas de Wall
Street viajavam constantemente, como gastavam pequenas fortunas em cada viagem.
Para se ter uma ideia do impacto desse mercado no movimento do hotel, no ano de
2000, nada menos que 14 dos 20 melhores clientes do hotel eram Bancos de
Investimento. Essa mudança brusca nos
resultados do hotel mudou completamente o pensamento do Orient-Express em
relação ao futuro do hotel. Em vez de
ser o hotel problema, que atravancava o crescimento do grupo, o Copacabana
Palace passou a ser visto como uma grande estrela, capaz de mudar para melhor o
próprio destino do Orient-Express. A partir de então, o grupo passou a
contemplar novas obras que por fim resultariam num hotel verdadeiramente de
categoria de luxo internacional. Mas antes
disso acontecer, ainda teria muita agua a passar debaixo da ponte!
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