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terça-feira, 3 de junho de 2014

A Crise pós 11 de setembro de 2001




Não obstante a frustração do Chairman James Sherwood em relação a impossibilidade de construir um novo anexo, a determinação do grupo Orient-Express em continuar a investir na reforma do Copacabana Palace continuava viva.  Essa determinação era movida pelos bons resultados financeiros que o hotel vinha obtendo.  Depois de ter amargurado prejuízos operacionais em todos os primeiros seis anos após ter adquirido o hotel da família Guinle, o hotel finalmente apresentou um modesto lucro operacional de pouco mais que US$2 milhões em 1996, mas com a melhoria na ocupação do hotel este resultado saltou para US$6,2M em 1997, US$8,9M em 1998, US$10,1M em 1999, e US$12,1M em 2000.  O Budget para 2001 previa um lucro em torno de US$14,0M e o ano começou de forma muito promissor.  Lamentavelmente, todo este otimismo foi agua abaixo com o ataque às torres gêmeos em 11 de setembro.  A queda no número de viagens aéreas internacionais foi imediata e isto teve um efeito devastador nas ocupações dos hotéis do mundo inteiro, incluindo o Copacabana Palace.  O resultado disso foi que os últimos três meses e meio de 2001 foram entre os mais fracos da historia para o Copacabana Palace, que nesta época dependia do mercado internacional para 88% do seu movimento.  Mesmo assim, o hotel ainda terminou o ano com um lucro operacional de US$8,6M, fruto dos bons resultados obtidos até o mês de agosto.  O efeito negativo provocado por 11 de setembro entretanto não terminou em 2001, e os anos de 2002 e 2003 exigiam todo tipo de sacrifício por parte dos gestores e colaboradores do hotel.  Entre estes sacrifícios, incluía-se uma redução voluntária de 20% na remuneração dos 25 principais gestores do hotel, através de um mecanismo de redução proporcional da jornada de trabalho.  Na pratica, nenhum gestor reduziu a sua jornada de trabalho, e também ninguém recorreu à justiça de trabalho, o que demonstrava a lealdade e o comprometimento dos gestores diante da situação de crise.  Mesmo assim, em 2002 o lucro do hotel caiu para US$6,7M, o pior resultado desde 1997, e este resultado foi repetido em 2003.  Para piorar a situação, muitos dos quase 50 hotéis da companhia apresentava prejuízos operacionais.
Diante desse quadro de recessão, o grupo Orient-Express se viu obrigado a suspender todos seus investimentos ao redor do mundo, portanto as reformas planejadas para o Copa também foram suspensos.  Em 2004 entretanto, com o mercado já dando sinais de uma recuperação na quantidade de viagens internacionais, as obras foram reiniciadas com obras importantes no prédio principal e também no Anexo, onde as 36 suítes que dão para a piscina foram inteiramente reformadas.  Uma outra obra de grande vulto que foi iniciada nesta época foi a reforma dos salões do antigo Casino, que transformou uma área totalmente abandonada numa bela salão de festas, com capacidade de realizar eventos para até 1200 convidados, e que tem sido um grande sucesso desde a sua abertura em 2006.  Normalmente, em hotéis de cinco estrelas, o faturamento em Alimentos e Bebidas representa aproximadamente 30% do faturamento total do hotel. O Copacabana Palace, neste aspecto, sempre foi um hotel atípico, pois seu faturamento em Alimentos e Bebidas sempre foi relativamente alto – algo em torno de 35% do faturamento total do hotel – mas após a reforma dos salões do antigo casino este percentual ultrapassou a casa dos 40%, chegando, em alguns anos, a representar 45% do faturamento total do hotel.  Uma outra conquista importante para o hotel neste período foi a transformação do antigo prédio da administração, localizado na Avenida N.S. de Copacabana, ao lado do Anexo, num moderno e luxuoso Spa, com sete salas de tratamento, um salão de beleza, e um bem equipado Fitness Center.  Todos estes investimentos contribuíram para a continuada sucesso financeiro do hotel, que nesta altura já figurava entre os hotéis mais lucrativos do grupo Orient-Express.  Esta posição de destaque dentro do grupo facilitava nossos pedidos para mais investimentos.  Quanto mais o grupo dependia dos resultados do Copa, mais fácil era para obter as aprovações do Board para a continuação das obras de reforma, e foi isto que possibilitou a abertura do Bar do Copa em 2009 e a reforma dos apartamentos de fundo do Anexo, também em 2009.  As obras do Anexo foram importantes pois possibilitou que o hotel transformasse o que eram quatro suítes por andar em dois suítes e quatro apartamentos por andar , aumentando a capacidade total do hotel em 18 apartamentos,  O sucesso obtido no Copacabana Palace fez crescer a vontade do grupo Orient-Express em ampliar a sua presença, como contarei nos próximos capítulos.


2 comentários:

  1. Ficarei aguardando os próximos capítulos. Todo esse sucesso, diga-se de pasagem, se deve muito à sua excelente administração, Philip. Parabéns!

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  2. Ficarei aguardando os próximos capítulos e,diga-se de passagem, todo esse sucesso se deve à sua excelente administração, Philip. Parabéns!!

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