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domingo, 28 de agosto de 2011

O Grande Pulo


No final de Outubro de 1983 eu fui surpreendido com um telefonema do Superintendente do grupo Veplan, empresa proprietaria do Rio Palace, me convidando para uma conversa no Rio de Janeiro com vistas de vir a assumir a gerência geral do Rio Palace.  Expliquei que não estava buscando uma mudança de onde me encontrava e que eu estava gostando do meu trabalho no Quatro Rodas, mas, coincidentemente, na semana seguinte eu estaria viajando para Rio para participar do BTM - Brazilian Travel Mart – um evento comercial do trade turístico brasileiro, e já estava inclusive com reserva feita no próprio Rio Palace.  Agendamos então um encontro, e isso levou em seguida a marcação de um encontro com o dono do grupo, José Carlos Ourivio, na residência dele no Leblon.  O encontro com José Carlos transcorreu de uma forma muito cordial, e conversamos sobre vários assuntos.  Disse-lhe, inclusive, que eu não me achava a pessoa  ideal para trabalhar no Rio Palace, pois, segundo se comentava no mercado, a gestão do Rio Palace era caracterizada pelo envolvimento, tanto do próprio Ourivio, como dos demais diretores do grupo Veplan, e que eu não atuava bem nesse tipo de ambiente,  já que a delimitação do meu espaço profissional e da minha própria autoridade era um valor fundamental para mim.  Disse-lhe que e o grupo Quatro Rodas,  havia contratada recentemente uns consultores da área de Recursos Humanos com o objetivo de traçar o perfil psicológico de todos seus executivos, e esta observação constava do meu laudo.  Ourivio se interessou pelo  laudo acabei passando-lhe uma copia. O laudo era, no geral, bastante positivo, mas também continha algumas criticas e sugestões de como eu poderia me aprimorar.  Quando passei-lhe a copia eu disse  “Olha, eu não concordo com tudo que esta escrito neste laudo, mas, reconheço que um trabalho bastante bem feito,  e acredito que retrata corretamente o tipo de gestor que penso que sou”.  “Pelo menos, as partes boas estão corretas”, acrescentei, rindo.  Ourivio havia ficado  intrigado com meu comentário sobre seu envolvimento na gestão do hotel, e me disse que não era isto sua intenção.  Ele me disse que o escritório dele ficava  no centro da cidade e só raramente ele comparecia no hotel.  Alem disso, ele tinha muitos outros afazeres com os demais empresas do grupo, e o que ele procurava mesmo era um profissional que assumiria total responsabilidade pela gestão do hotel.   Ainda conversamos sobre outros assuntos, inclusive sobre Flamengo, time pelo qual ambos torcemos, e o encontro terminou da mesma forma que começou, de uma forma bastante cordial. Quando saímos da casa do Ourivio, o Superintendente da Veplan, que havia participado do encontro estava bem feliz.  “Tenho certeza que o emprego e seu, caso você queira”, ele me falou “conheco bem o José Carlos, e ele gostou muito de você!”   E de fato ele teve razão, pois poucos dias depois recebi  do Ourivio uma oferta formal para assumir a gerência-geral do Rio Palace, o icónico hotel do posto seis em Copacabana.  Embora eu estava feliz no Quatro Rodas, e gostava de morar em Olinda, era uma oferta irrecusável,  tanto pelo pacote de remuneração e benefícios oferecidos, e mais ainda pela oportunidade de assumir a gerência-geral de um dos mais importantes hotéis do Rio de Janeiro, e do pais.  Pedi então demissão do Quatro Rodas, e em Dezembro de 1983,  com 37 anos de idade, assumi a direcao de um dos mais renomados hotéis brasileiros.  Era um passo decisivo no caminho que me levaria, seis anos depois, a assumir a direcao do Copacabana Palace.

3 comentários:

  1. A partir da daí eu tambem lembro... boas lembranças dos tempos de criança no Rio Palace :-)

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  2. Grande Philip!
    Nada como ter boas histórias pra contar...Assim são os grandes homens.
    Me lembro muito bem desta época, pois foi guando o conheci e ao José Carlos. Justamente em 1983, eu na Credicard, passei a cuidar do Relacionamento com a Hotelaria Carioca.
    Tenho saudades destes tempos de olho no olho e ni "fio do bigode".
    Um grande abraço,
    Lucaino Campos
    lucianopcampos@yahoo.com.br

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  3. Grande Philip!
    Nada como ter boas histórias pra contar...Assim são os grandes homens.
    Me lembro muito bem desta época, pois foi guando o conheci e ao José Carlos. Justamente em 1983, eu na Credicard, passei a cuidar do Relacionamento com a Hotelaria Carioca.
    Tenho saudades destes tempos de olho no olho e ni "fio do bigode".
    Um grande abraço,
    Lucaino Campos
    lucianopcampos@yahoo.com.br

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