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sábado, 9 de julho de 2011

Arrumando as Malas

         Apesar dos ocasionais “atrapalhadas” do Capelesso, a experiência que adquiri neste período foi  muito valioso para o desenvolvimento da minha carreira.  Visto em retrospecto, percebo que  a minha formação básica foi adquirida na escola clássica e conservador ate então adotado pelo grupo Othon, mas a experiência que adquiri  trabalhando junto a três gerentes gerais estrangeiros, todos com grande experiência em grupos internacionais, serviu como um espécie de pós-graduação que me preparou para a hotelaria “moderna”, voltado para a obtenção de resultados, que começou a predominar a partir da decad de `70 em diante.  A vantagem de ter pertencido ao “grupo” do Cortez foi particularmente enriquecedor devido a grande e variada experiência que ele possuía, e pelo fato que ele gostava de compartilhar com “seu” grupo esta experiência.  Era uma época de muitas mudanças, pois Cortez estava determinado a implantar uma filosofia de trabalho completamente nova, e insistia em só contratar gerentes gerais com experiência em cadeia multinacionais, o que significava trazer pessoas do exterior, já que no Brasil neste tempo os multinacionais ainda não haviam chegados.   Era uma fase de transição necessário, não apenas porque chegava no Brasil grandes hotéis multinacionais, mas porque o Othon também estava ampliando a rede, e contruia, simultâneamente, três hotéis de grande porte, que seriam o Rio Othon Palace, o Bahia Othon Palace, e o Belo Horizonte Othon Palace, todos inaugurados na segunda metade da década de `70.  Apesar de necessário, era um processo doloroso, e provocava muita insatisfacao entre os gerentes e funcionários mais antigos, que eram prestigiados na gestão antiga, mas ignorados e ate hostilizados  no regime Cortez.  Eu  era um dos poucos dos “antigos” que  haviam feito a transição do regime antigo para o regime novo,  e tinha que ter muito cuidado para não ferir susceptilidades dos mais antigos, com quem eu me dava bem, mas que faziam muitas criticas veladas ao estilo do Cortez.  De qualquer forma, fazer parte do “inner circle” da equipe do Cortez traziam muitas vantagens e acabou me dando uma visão internacional  e moderna de hotelaria, sem ter saído do Brasil, e que seria muito útil para o meu futuro.  Já para o final de 1973, e ate por causa da “visao internacional” adquirido com a convivência com Cortez e os demais estrangeiros que faziam parte de sua equipe, passei a me interessar muito a ideia de trabalhar em Londres,na Inglaterra.  Já fazia nove anos que eu havia deixado minha terra natal, e embora eu havia feito duas viagens de ferias para la, as saudades eram grandes.   A  imagem que eu tinha da Inglaterra ainda era da “Swinging London” dos anos `60.  Era a época do do apogeu dos Beatles e dos Rolling Stones, e outras bandas de sucesso.  Era o Londres da moda jovem, de Mary Quant, da mini-saia, e Carnaby Street. dos anos `60 , e eu achava que trabalhar por la seria muito bom.  Mandei meu curriculum para vários  hotéis londrinos e recebi muitas respostas animadoras, incluindo duas ofertas certas de emprego.  Foi o suficiente para me convencer a  pedir demissão do Othon e tentar a sorte por la.  Cortez ainda tentou me convencer a mudar de ideia, mas eu estava decido, e em Outubro de 1973 embarquei num voo da Lufthansa rumo a Viena, na Áustria.  Iria deixar minha esposa e dois filhos pequenos na casa dos meus sogros em Viena, enquanto eu seguia para Londres para acertar o novo emprego.  O “timing” não poderia ter sido pior,mas esta historia fica para o próximo capitulo.

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